quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Sobre a inovação do cuidado e clínica ampliada em saúde bucal



O que o dentista pode fazer num serviço odontológico, sem uma cadeira odontológica?

Matéria produzida pela Monitora Bruna Pedrosa.


Aconteceu na última quinta feira no auditório do curso de odontologia a conferência do Prof. Carlos Botazzo da Faculdade de Saúde Publica - USP (coordenador do projeto inovasampa na saúde bucal na APS) intitulada "duas ou três palavras sobre inovação do cuidado e clínica ampliada em saúde bucal". Promovida pela coordenação do curso de odontologia da UFPE, O Núcleo de Integração Ensino-Serviço da UFPE e o Pró-Saúde da UFPE. Estavam presentes, na ocasião, além do palestrante, professores do curso, alunos de mestrado e graduação e dentistas de unidades de saúde da família do Recife.



     Monitor Thiago Clemente; Coordenadora Silvia Jamelli; Profª Elaine Amorim; 
Porfº Carlos Botazzo; Profº Paulo Goes; Profª Niedje Siqueira 
O prof. Carlos Botazzo iniciou com uma bela mensagem em pedido de desculpa pela postura preconceituosa dos paulistas com o nordeste na ocasião das eleições, declarando sua paixão pela nossa cidade. O principal tema abordado foi o cuidado voltado para a saúde de um modo geral e com foco na saúde bucal.


Falas do conferencista:


Sobre o cuidado:

       O cuidado é a preocupação com o outro, com isso agimos de forma a prevenir que algo aconteça ao outro. Sendo a nossa primeira experiência de cuidado o cuidado materno. O cuidado visa à felicidade  ou diz respeito a projeto de felicidade - é neste sentido que cuidar é propiciar bem estar e assim, é parte da ajuda socialmente organizada: bem estar individual e coletivo.
       O prof. Carlos fala que o nome deveria ser Amorização da Saúde, e não humanização da saúde, pois aquele que faz o bem é humano, e o que faz o mal, também!     O cuidado deve ser exercido com amor, no ato de cuidar é estabelecida uma relação que envolve o amor. Onde cuidar é assumir responsabilidades para com o outro, para com a felicidade do outro. Com isso, nota-se a importância de uma anamnese completa onde, além do exame clínica intra e extra oral, realiza-se a escuta do paciente, sendo esta bastante ignorada pelos profissionais, mas é neste momento que se estabelece a relação de cuidado com o ser humano. "Nós profissionais de saúde precisamos aprender a ouvir o paciente".

            Sobre a visão limitada do profissional:

      O principal obstáculo na odontologia é o fato de não existir o conceito de indivíduo biológico referido a um sujeito - homem. O indivíduo da odontologia é o dente, denominado de "elemento", é a este elemento que são dirigidos os esforços técnicos e a perspectiva da reabilitação, não por acaso dita oral. A priori odontológico tudo é cárie ou vem a ser cárie. Tendo a doença, como foco de aprendizado, onde o objetivo é a cura da doença, sem observar o individuo como um todo. Tendo a visão limitada do cuidar do dente, como socorrer o dente, por exemplo:  em causa de trauma, onde houver avulsão dentaria, pegue o dente coloque em solução, como soro ou em último caso dentro da boca, em contato com a saliva. E a pessoa que perdeu o dente nesse trauma como está?


    Foram ainda apresentadas questões referentes aos conceitos de integralidade, bucalidade e clinica ampliada, tendo o palestrante  levantando a seguinte questão: o que o dentista pode fazer num serviço odontológico, sem uma cadeira odontológica? A partir daí pode-se pensar em uma clínica ampliada, deslimitando a visão do dentista. “Ainda há profissionais que não consideram a possibilidade de trabalhar sem uma cadeira”!

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