quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Sobre a eficácia dos dentrifícios fluoretados

Apesar de ser considerado um dos fatores responsáveis pelo declínio da cárie no Brasil a partir da década de 1990, o dentifrício fluoretado vem sendo estudado e testada a sua eficácia quanto à sua capacidade anticárie.



Segundo a literatura, o dentifrício deve ter uma concentração mínima de 1000 ppm de flúor solúvel para ter uma atividade anticárie.

As normas brasileiras sobre dentifrícios fluoretados sofreram mudanças desde 1989, fazendo com que o potencial anticárie desses produtos não esteja sendo assegurado pela regulamentação vigente. A regulamentação n° 79 da ANVISA de 28/08/2000  apenas estabelece o máximo de fluoreto total (0,15%) que um dentifrício pode conter.

Um estudo realizado por Jaime Cury, Livia Tenuta e Pablo Caldarelli sobre a qualidade do flúor de um creme dental distribuído para crianças de uma escola pública de São Paulo, em Agosto de 2014, revelou que, apesar da quantidade total de flúor presente no dentifrício ser pouco maior que a recomendada (recomendada: 1500 ppmF; presente no dentifrício: 1552,7 ppm F), deste total, a quantidade de flúor ativo (solúvel) não era suficiente para o produto ter uma ação anticárie (Concentração miníma: 1000 ppm F; concentração do produto: 802,7 ppm F).



Conclui-se a partir deste trabalho que a regulamentação brasileira sobre dentifrícios fluoretados necessita ser revisada, garantindo a eficácia desses produtos para o controle da cárie.



(Fonte: Cury JA, Caldarelli P, Tenuta LA. Necessidade de revisão da regulamentação brasileira sobre dentifrícios fluoretados. Trabalho aceito para publicação na Rev Saúde Pub (USP), 2014).
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