Apesar de ser considerado um dos fatores responsáveis pelo declínio da
cárie no Brasil a partir da década de 1990, o dentifrício fluoretado vem sendo
estudado e testada a sua eficácia quanto à sua capacidade anticárie.
Segundo a literatura, o dentifrício deve ter uma concentração mínima de
1000 ppm de flúor solúvel para ter uma atividade anticárie.
As normas brasileiras sobre dentifrícios fluoretados sofreram mudanças
desde 1989, fazendo com que o potencial anticárie desses produtos não esteja
sendo assegurado pela regulamentação vigente. A regulamentação n° 79 da ANVISA
de 28/08/2000 apenas estabelece o máximo de fluoreto total (0,15%) que um
dentifrício pode conter.
Um estudo realizado por Jaime Cury, Livia
Tenuta e Pablo Caldarelli sobre a qualidade do flúor de um creme dental
distribuído para crianças de uma escola pública de São Paulo, em Agosto de
2014, revelou que, apesar da quantidade total de flúor presente no dentifrício
ser pouco maior que a recomendada (recomendada: 1500 ppmF; presente no
dentifrício: 1552,7 ppm F), deste total, a quantidade de flúor ativo (solúvel) não era
suficiente para o produto ter uma ação anticárie (Concentração miníma: 1000 ppm
F; concentração do produto: 802,7 ppm F).
Conclui-se a partir deste trabalho que a regulamentação brasileira sobre
dentifrícios fluoretados necessita ser revisada, garantindo a eficácia desses
produtos para o controle da cárie.
(Fonte: Cury JA, Caldarelli
P, Tenuta LA. Necessidade de revisão da regulamentação brasileira sobre
dentifrícios fluoretados. Trabalho aceito para publicação na Rev Saúde Pub
(USP), 2014).