Poema de Natal
Vinicius de Moraes
Extraído do livro "Antologia Poética", Editora do Autor - Rio de Janeiro, 1960, pág. 147.Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos —
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos —
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez de amor
Uma prece por quem se vai —
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte —
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.
Afinando, Ana Boch. Recife, 2015. |
A Equipe dos Estágios
Curriculares do Curso de Odontologia da UFPE, deseja um Natal com amor e
encontros, e que a solidariedade e alegria sejam guias para esses. Um 2016 de
luz e sabedoria para lidar com o passado, mas sempre andando pra frente.Que a
aura Natalina nos convoque para o desafio de refletir e encontrarmos a solução
para a desigualdade social que se aprofunda, sobretudo dentro do nosso campo da
integração ensino-serviço.
Que as nossas vontades,
enquanto profissionais de saúde, estudantes, preceptores e professores estejam
afinadas com o desejo de resolver os reais problemas de saúde da população
brasileira.